ela se sentia forte agora. só que ela não sabia se ela nasceu com toda essa força no coração e não a havia encontrado antes ou se aprendeu a ser forte pelas apunhaladas que a vida estava lhe dando. uma menina, até então conhecida por ser frágil mostrava ao mundo um lado que ninguém tinha visto antes, ela estava se tornando uma mulher, uma mulher bastante forte. como disse antes, era conhecida como a menina que nunca tinha passados por graves problemas ou grandes decepções, até se deparar com um mar de acontecimentos ruins. o mundo parecia simplesmente conspirar contra ela. e foi aí que ela descobriu o tamanho da sua força. não vou dizer que ela não sofreu, não chorou e nem se sentiu triste, porque estaria mentindo. ela sofreu sim, e sofreu muito. mas de certa forma, muitos sentimentos se fortificaram.. a fé, a autoconfiança, o amor, a esperança.. e era isso que a mantia de pé. era impressionante como as coisas não melhoravam, pelo contrário, cada vez parecia mais e mais difícil.. realmente, como dizem, a maré não estava pra peixe. ela sentia um frio interno muito grande, um vazio.. cadê? cadê tudo que ela tinha? não, ela não queria nada material, ela queria sentimentos. é, parecem estar em falta no mercado.. cadê as pessoas que a amavam? ou melhor, diziam que a amavam? ah, fulana está arrumando o guarda-roupas.. mas será que um guarda-roupas seria mais importante que o guarda-sentimentos de uma pessoa querida? ela começa a colocar a mão na consciência e pensa em como ela era diferente do resto do mundo, ela nunca deixaria uma pessoa especial sem carinho, sem conselhos, sem amor.. mas ela não iria mudar, não por pessoas que não merecem. o mundo está cheio de pessoas ruins, ela sabe distinguir.. ao olhar no fundo dos olhos, ela vê o que tem no coração, isso é a mais pura verdade. ela olha pra muitos seres humanos e não enxerga nem ao menos um coração. existem corpos, simples corpos que só sabem existir, não sabem viver. mas ela tem pessoas que tem corações enormes e aconchegantes, pessoas que ela ama de verdade, e que nunca, nunquinha seria capaz de abandonar, pessoas que faziam aquele coração dolorido continuar pulsando. mas ela ainda se sentia vazia. até ele aparecer. ela estava amando, mas não um amor como os amores que ela havia sentido antes. era um amor diferente de tudo que ela tinha vivido, não era um amor comum, era um amor de amor, se é que me entende.. era impressionante como ele fazia bem pra ela. se completavam. ele era mais um motivo pra ela seguir, pra que os seus pulmões continuassem a funcionar. ela tinha um dom, conversar com ele por pensamento. muitas pessoas têm dons, como jogar bola, desenhar bem, mas esses são dons comuns. o dom dela era diferente, nunca visto antes, ela sim conseguia conversar com ele por pensamento. ela nunca se sentia só, porque quando não estavam perto fisicamente, ela podia senti-lo e até mesmo tocá-lo se sua imaginação quisesse. quando se sentia triste, ela pensava nele a consolando, pensava nela contando tudo que estava a magoando e ele a escutando e dizem tudo que ela precisava de ouvir. ela não era louca, sabia que ele não a ouvia, mas de certa forma isso a acalmava nos momentos em que ela não precisasse simplesmente de alguém, nos momentos em que ela precisava dele, só dele. ele tinha um grande efeito sobre ela, um poder enorme. ele era a vida dela, e continua sendo. e eu tenho a plena certeza de que sempre será. e era por eles, pelas pessoas que ela amava, que vestia diariamente sua armadura e demonstrava felicidade, mesmo não estando feliz. e por esse motivo ela se sentia uma heroína. não daquele tipo que luta com dragões em monstros, mas do tipo que luta contra seus próprios problemas. uma heroína frágil, carente e criança, e ao mesmo tempo, uma heroína forte, guerreira, mulher. estava na fase de mudança. ela não sabia o que queria ser, mas sabia muito bem o que não queria.
essa história está sendo contada no passado, mas ela ainda não terminou. heróis que lutam com amor e fé sempre saem vitoriosos, eu sei que saem, eu sei.
um beijo :* [quinta-feira, 7 de maio de 2009]
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