terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Eu não tenho mais forças pra lutar por você..

Se existe uma coisa que ninguém pode falar de mim é que eu não lutei por você. Eu lutei pai, lutei como nunca havia lutado antes. Lutei até contra mim mesma, contra minha revolta que corroía tudo que existe dentro de mim, todos os sentimentos nobres que cultivei durante toda minha vida. Lutei contra meu orgulho, lutei até mesmo contra as coisas que eu acredito. Lutei pra te perdoar. Lutei pra te ter de volta, ou pra ter ao menos um pouquinho do teu amor paterno e preocupado. Mas infelizmente eu perdi todas as batalhas. Perdi você, pai. Eu te quis perto de mim, cultivei você e por mais que os machucados que me fizestes doessem mais que qualquer outra dor física ou sentimental que eu tive, eu nunca soube não te amar. Eu nunca permiti que esse amor morresse em mim. Mas ele morreu em você, não é verdade? Doeu tanto te ouvir no telefone.. Ouvir palavras duras vindas de você para comigo. Eu queria muito cumprir todas as promessas que faço pra mim mesma. Eu queria muito cumprir essa que fiz após nossa conversa no telefone. Eu queria te amar em silêncio. Até porque deixar de te amar eu não seria capaz. Queria ser fria com você, te tratar como me trata. Queria que as coisas que você diz machucassem a você e não a mim. Queria que se desse conta que está me perdendo e que eu não aguento mais lutar por um alguém que não me valoriza, que acredito que não me ama mais. Eu sempre acreditei que amor de pai nunca acabava ou morria. Hoje eu percebo que isso é verdade. Você não deixou de me amar porque nunca me amou. O mundo dá voltas, pai. Sei lá, quando tiver tempo me procura, eu sempre fui doce, você sabe.. Eu te perdoei por tudo, por mais que você não merecesse. Eu te amei em voz alta. Eu te amei de verdade. Me manda um torpedo, se arrependa de tudo, e nunca tenha medo de mim, eu nunca te direi com arrogância: "Você é maior de idade, faça o que quiser de sua vida." E caso eu não te procurar, saiba que eu perdi as forças e não as esperanças. Ah, eu ainda te amo, mas em voz baixa.

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